O Amor é Socialista

O amor é Socialista (Pedro Munhoz) Compreender o riso e a dor, caminhando lado a lado, ser amigo, irmanado, ser fuzil e ser a flor. Seja lá aonde for, não perde tua razão, derrama teu coração, o amor não é egoísta. O amor é Socialista, ele faz revolução. Ser canção pelas distâncias, onde a verdade não chega, por caminhos e veredas, no olhar de uma criança. Combater a ignorância, o mundo é uma só nação, te insurges, faz rebelião, o amor não é egoísta. O amor é Socialista, ele faz revolução. Ser farol e ser alerta, silêncio e paciência, quando falta consciência, cabe a ti dizer:- Desperta! Ser poema, ser poeta, sem vaidade ou pretensão, esta é tua missão, o amor não é egoísta. O amor é Socialista, ele faz revolução. Estudar e repartir, conhecimento e saber, sempre vale aprender, sempre vale dividir. Há vida no ir e vir, permanente evolução, não há vida sem paixão, o amor não é egoísta. O amor é Socialista, ele faz revolução. Abraça a pessoa amada, faz da luta companheira, o amor não tem fronteiras, é bandeira desfraldada. Preconceito está com nada, o amor é construção, respeita toda a opção, o amor não é egoísta. O amor é Socialista, ele faz revolução. Olga, Rosa, todas elas, Sandino e Che Guevara, é Marti, Simon, Dandara, é Zumbi e Mariguela. Fidel, Artigas, Mandela, piqueteiros em ação, Sem Terra semeiam o pão, o amor não é egoísta, o amor é Socialista, ele faz revolução. Primavera/2012 Fonte: http://glauberataide.blogspot.com.br

Freud e a melancolia: precisamos adoecer para saber a verdade sobre nós mesmos?

No trecho abaixo Freud descreve algumas características da melancolia e sua relação com o luto. A melancolia, grosso modo, se instala a partir da perda do objeto - como o término de um relacionamento, por exemplo. Freud faz então uma afirmação interessante: a baixa auto-estima que o melancólico apresenta, assim como suas recriminações a si próprio, não são de todo erradas; a questão é saber por que as pessoas precisam adoecer para ter acesso a tais verdades sobre si próprias. "O melancólico exibe ainda uma outra coisa que está ausente no luto — uma diminuição extraordinária de sua auto-estima, um empobrecimento de seu ego em grande escala. No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio ego. O paciente representa seu ego para nós como sendo desprovido de valor, incapaz de qualquer realização e moralmente desprezível; ele se repreende e se envilece, esperando ser expulso e punido. Degrada-se perante todos, e sente comiseração por seus próprios parentes por estarem ligados a uma pessoa tão desprezível. Não acha que uma mudança se tenha processado nele, mas estende sua autocrítica até o passado, declarando que nunca foi melhor. Esse quadro de um delírio de inferioridade (principalmente moral) é completado pela insônia e pela recusa a se alimentar, e — o que é psicologicamente notável — por uma superação do instinto que compele todo ser vivo a se apegar à vida. "Seria igualmente infrutífero, de um ponto de vista científico e terapêutico, contradizer um paciente que faz tais acusações contra seu ego. Certamente, de alguma forma ele deve estar com a razão, e descreve algo que é como lhe parece ser. Devemos, portanto, confirmar de imediato, e sem reservas, algumas de suas declarações. Ele se encontra, de fato, tão desinteressado e tão incapaz de amor e de realização quanto afirma. Mas isso, como sabemos, é secundário; trata-se do efeito do trabalho interno que lhe consome o ego — trabalho que, nos sendo desconhecido, é, porém, comparável ao do luto. O paciente também nos parece justificado em fazer outras auto-acusações; apenas, ele dispõe de uma visão mais penetrante da verdade do que outras pessoas que não são melancólicas. Quando, em sua exacerbada autocrítica, ele se descreve como mesquinho, egoísta, desonesto, carente de independência, alguém cujo único objetivo tem sido ocultar as fraquezas de sua própria natureza, pode ser, até onde sabemos, que tenha chegado bem perto de se compreender a si mesmo; ficamos imaginando, tão-somente, por que um homem precisa adoecer para ter acesso a uma verdade dessa espécie." (Freud, Luto e Melancolia) Fonte:http://glauberataide.blogspot.com.br