INICIAÇÃO À SOCIOLOGIA

Valter da Rosa Borges (*)
CONCEITO

Há vários conceitos de Sociologia, todos, porém, insatisfatórios. A palavra Sociologia foi empregada, pela primeira vez, por Augusto Comte — considerado o pai desta Ciência — no século XIX.

OBJETO

A Sociologia tem por objeto o estudo das relações humanas e dos fenômenos e processos sociais. Assim, ela mantém estreitas afinidades com as demais Ciências Sociais, constituindo em conjunto com estas, uma visão panorâmica e integrada do fenômeno humano.

Para Émile Durkheim, o objeto da Sociologia é o fato social, o qual se caracteriza pela sua exterioridade em relação às consciência sociais, pela sua coercibilidade sobre os indivíduos e pela sua generalidade, visto ser comum a determinado grupo social ou à sociedade como um todo. Por isso, Émile Durkheim afirmava que os fatos sociais devem ser tratados como coisas, e estudados de maneira objetiva.

Para Max Weber, o objeto da sociologia é a ação social, onde se procura estudar as intenções do agente humano.

Assim, enquanto Durkheim define o objeto da Sociologia sob um critério objetivo, Weber o observa sob um critério subjetivo.

Gabriel Tarde explica o fato social pela imitação.

A Sociologia estuda os grupos sociais e os indivíduos como membros desses grupos, assim como as influências recíprocas dos homens, e dos grupos e destes entre si.

Donald Pierson destaca três subcampos principais da Sociologia:

a) a) a Organização Social, onde se estuda o fenômeno da associação humana; b) a Psicologia Social, onde se analisa a influencia’ da associação humana sobre o indivíduo; c) a Mudança Social, onde a associação humana e analisada como processo de transformação.

ESCOLAS SOCIOLÓGICAS

Procuram os cientistas sociais um modelo que explique adequadamente, toda a fenomenologia social. Dai resultou o aparecimento de escolas, cada qual procurando una explicação mais abrangente e lógica da problemática social.

Escola Mecanicista. Procura explicar os fenômenos sociais por analogia com os fenômenos físicos. Seus representantes mais ilustres são Vilfredo Pareto e Vito Volterra.

Esco Escola Biológica. Compara a sociedade à organização biológica, explicando os fenômenos sociais à luz dos processos de seleção natural e da hereditariedade.

Escola Antropogeográfica. Friedrich Ratzel é a sua figura exponencial. Diz ele que os fatores geográficos — o clima, o solo, etc... — são fatores determinantes da paisagem social,

Escola Sintética Pierre-Guillaume Frédéric Le Play destacou a importância da família como célula social, enfatizando o seu papel na vida societária.

Esc Escola Psicológica. Gabriel Tarde, seu fundador, distinguiu a consciência individual como o elemento fundamental para a compreensão dos fenômenos sociais. Compreender o homem é compreender a sociedade que ele mesmo criou.

Es Escola Sociológica. Émile Durkheim, seu principal corifeu, discordando de Tarde, procurava explicar os fatos sociais pela própria estrutura da sociedade, evitando reduzir estes fenômenos a simples eventos psicológicos.

Escola Economista. Destaca o fator social como o elemento mais preponderante da dinâmica social. Karl Max e Friedrich Engels são os seus representantes.

Es Escola Psicocultural. Esta escola, liderada por Pitirim Sorokin, procurou conciliar as escolas sociológica e psicológica, aduzindo que toda explicação sociológica deveria contemplar os fatores psicológicos e culturais como fenômenos complementares,.

Es Escola Etnológica. Ensinava que o confronto das instituições sociais modernas com as sociedades primitivas poderia ensejar a descober­ta e compreensão de suas raízes comuns. Oswald Spengler foi o seu representante máximo.

SOCIEDADE

Podemos definir a sociedade como o conjunto de todos os grupos sociais de uma determinada cultura e cuja população constitua uma unidade demográfica, habitando uma área comum. Toda sociedade possui uma estrutura e a natureza de sua estrutura está na dependência do grupo dominante, seja ele o familial, o econômico, o político ou o religioso. Esta dependência, todavia, não é total, nem absoluta, significando apenas o maior grau de influência do grupo dominante em relação aos demais, numa. determinada sociedade.

Há dois tipos de sociedade: a) a comunitária; b) a societária.

A Sociedade Comunitária é de natureza simples, de pequena especialização e limitada divisão de trabalho. É fechada, homogênea, de mínima mobilidade social, arraigada às tradições e de elevada solidariedade social, geralmente regida por costumes não formais. Sua população é pequena.

A Sociedade Societária é complexa, altamente especializada, aberta e inovadora, com intensa mobilidade física e social, apresentando alto índice demográfico e mínima solidariedade social.

Donald Pierson estabelece distinção entre comunidade e sociedade.

Comunidade, diz ele, é mera simbiose ou simples viver em comum, sem autêntica comunhão, onde os indivíduos lutam apenas lado a lado pela sobrevivência, em precária e inconsciente interação social.

A sociedade se define pela solidariedade consciente de seus membros, constituindo uma unidade e um organismo social estruturado. O fim da sociedade é desenvolver as personalidades e executar ações conjugadas, visando objetivos comuns, na revelação de sua coesão interior.

CULTURA

A cultura, na feliz definição de Clyde Kluckhohn, é “um modo de pensar, sentir e acreditar” de uma dada sociedade,’ É, pois, o espírito de uma Coletividade.

Para Max Weber, há dois tipos ideais de cultura: a) “cultura de Folk”; b) civilização.

A “cultura de Folk” é a característica de sociedades isoladas, como as comunidades rurais, provincianas. Distingue-se pelos contatos primários e transmissão oral dos costumes, onde existe o máximo de estabilidade estrutural e o mínimo de mudanças sociais e individuais. É uma cultura homogênea e praticamente estática.

A civilização é a cultura de uma sociedade em contato com todas as outras, disto resultando uma intensa mobilidade social e espacial, mudanças sociais e pessoais freqüentes, onde predominam os contatos secundários, o que torna esta cultura heterogênea e intensamente dinâmica.

A aculturação é a fusão de duas culturas diferentes que, pelo contato contínuo, mudam seus padrões.

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

A sociedade humana não apresenta uma estrutura uniforme, indiferenciada. Ela se acha dividida em camadas ou estratos denominados de classes sociais.

As classes sociais constituem culturas secundárias.

Elas podem ser abertas ou fechadas. As classes sociais abertas são aquelas que permitem a mobilidade vertical. As classes sociais fechadas, só em casos excepcionalíssimos, facultam esta mobilidade. Quando este tipo de classe é hereditário e denominado de casta. Nela, o casamento é endogâmico.

O melhor modelo de estratificação social é o do Pitirin Sorokin. Ele dividiu a sociedade em três modelos de hierarquia: a) o Econômico; b) o Político; c) o Profissional,

É evidente que, dada a predominância do fator econômico na vida moderna, o primeiro modelo de estratificação é o mais importante. Conforme este modelo, as pessoas se dividem em três classes sociais: a) a classe rica; b) a classe média; c) a classe pobre. O que define a posição do homem, nesta. pirâmide, é o que ele ganha e não o que ele faz. Não se pode negar, contudo, que a posição política e a capacidade profissional e/ou intelectual podem projetar as pessoas no ápice da pirâmide em um tipo de elitismo de natureza não econômica.

Karl Mannheim, no seu estudo sobre Sociologia do Conhecimento, determinou dois tipos opostos de mentalidade sóciopolítica: a) a ideologia; b) a utopia.

Ideologia é a forma de pensamento que corresponde aos interesses da classe dominante. É aferradamente tradicionalista e reacionário a tudo que possa modificar o status quo, considerado como a própria verdade e, por isto, absoluto e eterno.

Utopia é a forma de pensamento que corresponde aos interesses da classe dominada. É revolucionário, criador e contestador da realidade social vigente, buscando, a todo custo, alterar a ordem das coisas.

Status é a posição que uma pessoa ocupa dentro de uma classe determinada. Ela pode pertencer a uma classe alta e nela ocupar um status medíocre, enquanto outro da classe média pode, em sua classe, ter um status elevado.

Uma pessoa pode ocupar vários status, dos mais altos aos mais baixos, segundo os grupos sociais aos quais pertençam. Embora detenha tantos status quanto os grupos sociais a que pertence, cada pessoa possui um status básico ou status-chave, que o distingue de todos os demais. Os status podem originar-se da posição econômica, política ou profissional.

O status pode ser atribuído ou adquirido. Status atribuído é aquele que um indivíduo desfruta por questões de parentesco e o status adquirido é aquele que uma pessoa obtém por seus próprios esforços e méritos.

Papel. É o desempenho que se espera de uma pessoa, segundo a posição social em que ela esteja num dado momento.

Todo indivíduo tem vários papéis, os quais, não raro, são conflitantes, ocasionando distúrbios emocionais e instabilidade psíquica. O papel de um pai afetuoso entra em conflito com o de um patrão excessivamente severo e exigente em relação aos seus empregados.

A personalidade, portanto, é o somatório de todos papeis desempenhados por uma pessoa.

Os papeis são padrões de comportamento e estes podem ser manifestos ou latentes.

Em cada papel social, há três tipos possíveis de comportamento: a) o exigido, sem o qual o papel não pode ser desempenhado; b) o permitido, ou seja, aquele comportamento que pode ser acrescido ao exigido sem prejuízo para o papel; o) o proibido, isto é, aquele comportamento que pode prejudicar o desempenho do papel.

Não raro, psicologicamente, as pessoas se identificam a tal ponto com determinado papel, que passam a ser o papel que desempenham.

Talcott Parsons adverte que não é a pessoa a unidade mais significativa das estruturas sociais, mas o papel, porque toda ação social de um indivíduo se caracteriza pelo desempenho de um papel.

Embora as pessoas representem vários papeis, elas possuem um papel chave que as identifica socialmente.

C CATEGORIAS SOCIAIS

Categoria social é uma pluralidade de pessoas que, apresentando características comuns, são consideradas uma unidade social.

É evidente que, nem todas as categorias em que as pessoas podem ser classificadas, são de ordem social, e, por conseguinte, não interessam à Sociologia.
Na análise das categorias sociais, a estatística constitui um instrumento valioso, pois fornece informações sobre as suas tendências e mudanças.

As categorias sociais não se confundem com os grupos sociais, eis que aquelas são representadas por pessoas que, sob determinado ponto de vista, compartilham das mesmas características, mas que não estão em relações recíprocas. Entre as principais categorias, podemos destacar: a) as categorias baseadas na riqueza; b) as categorias baseadas no parentesco; c) as categorias religiosas; d) as categorias educacionais.

As categorias baseadas na riqueza estabelecem a separação entre ricos e pobres, capitalistas e proletários.

As categorias baseadas no parentesco fazem distinção entre nacionais e estrangeiros, entre brancos e pretos.

As categorias funcionais referem uma hierarquia profissional entre as pessoas.

As categorias religiosas distinguem as pessoas segundo as religiões que professam.

As categorias educacionais dividem as pessoas em alfabetizadas e analfabetas. Entre professores e alunos.

O público é um tipo especial de categoria social e apresenta uma importância crescente na vida urbana. Difere do agregado, porque não exige a proximidade física dos seus componentes. O critério que une os seus membros é o da preferência comum. Por isso, eles agem de maneira semelhante a um mesmo apelo ou estímulo.

Certas categorias sociais sofrem, no entanto, tratamento desigual em determinadas situações, como os menores, os filhos ilegítimos, os órfãos, as mulheres e as minorias raciais.

AGREGADOS E GRUPOS

O agregado social é uma pluralidade de pessoas, juntas fisicamente mas sem comunicação recíproca. Em um agregado, as pessoas nem sempre se conhecem e, por conseguinte, pouco se influenciam mutuamente.Quase sempre, é de duração temporária. Não é organizado, ressentindo-se, assim, de hierarquia de funções e de posições.

Há vários tipos de agregados. Entre eles, podemos destacar: a) a multidão; b) a turba; c) o auditório; d) as manifestações públicas; e) os agregados residenciais.

A multidão é um agregado pacífico, sem finalidade e mínima interação e que apenas ocupa um espaço físico. A sua unidade é meramente externa e circunstancial. Aliás, diga-se de passagem, os conceitos de multidão e massa são bastantes controvertidos.

A turba é um agregado tumultuoso, agitado, de ação intensa, desordenada e breve. As pessoas que a compõem se encontram sob forte excitação emocional. É manipulada por líderes eventuais e degenera, algumas vezes, em ações anti-sociais destrutivas. Os componentes de uma turba, no entanto, visam um objetivo, seja ele de natureza política, econômica ou religiosa.

A denominada “reação circular” é um fenômeno psicológico muito freqüente nas turbas. Consiste na intensificação da excitação coletiva, numa espécie de “feed-back” ou de reação em cadeia.

O auditório é um agregado onde as pessoas, embora não realizem qualquer ação conjunta, apresentam, alto grau de atenção concentrada. Elas se reúnem livremente para assistir a um de terminado ato, apáticas ou participantes, aplaudindo ou apupando, mas destituídas de qualquer manifestação anti-social violenta.

As manifestações públicas. Fenômeno social urbano, se caracteriza pela aglomeração de pessoas com o objetivo de promover uma. ideologia política ou religiosa ou de exaltar determinadas pessoas, ou, ainda, repudiá-las. São os famosos comícios, os desfiles, as paradas, as procissões religiosas. Estas manifestações obedecem a um plano preestabelecido e podem ter uma finalidade de protesto contra, por exemplo, a discriminação racional e perseguições políticas ou religiosas.

Os agregados residenciais. São fenômenos comuns nas megalópoles. O conceito de vizinhança é tão somente espacial. As pessoas moram próximas,mas não se conhecem, via de regra, ou estabelecem esporádicas e formais relações sociais. Os prédios de apartamento são bem o símbolo expressivo da torre de Babel da vida urbana, onde até parece que as pessoas não falam o mesmo idioma.

As massas. São o conjunto de todos os agregados sociais. Por isso, sua heterogeneidade atinge o máximo, carecendo, totalmente, de estrutura e da mais ínfima manifestação de intencionalidade. É anômica e amorfa.

Em qualquer agregado social, a pessoa se anonimiza, perde sua identidade e, conseqüentemente, embota seu senso de responsabilidade, O seu comportamento deixa de ser social para se tornar coletivo. Apesar disto, não perde, inteiramente, o senso de certas posturas convencionais, pois, mesmo nos momentos mais dramáticos, ela age de conformidade com os condicionamentos sociais mais profundamente arraigados em sua personalidade.

GRUPOS SOCIAIS

O capítulo da morfologia social, que é a teoria científica dos grupos humanos, é, sobremodo, complexo. Varias são as definições e as divisões dos grupos humanos, propostas pelos mais proeminentes cientistas sociais como Émile Durkheim, Von Wiese, Charles Cooley e Pitirin Sorokin. A classificação mais em voga é a de Cooley, o qual dividiu os grupos sociais em: a) primários; b) secundários.

O grupo social é uma pluralidade de pessoas em permanentes relações recíprocas, devidamente estabelecidas e estruturadas.

Já observava Alfred Sauvy que cada sociedade, cada grupo social, em função de seus objetivos fundamentais, tem a sua “população ótima”.

Georg Simmel, por sua vez, entende que a extensão do grupo influi sobre sua organização. Quanto maior o número de seus membros mais complexa a sua organização.

Os grupos sociais apresentam as seguintes características: a) identidade; b) estrutura; c) normas e valores; a) estabilidade; e) finalidade.

Identidade. Todo grupo deve ser reconhecível como tal, não só pelos seus membros como por terceiros.

Estrutura. O grupo deve possuir uma estratificação social, determinando hierarquia, status e papéis, mesmo que tal ordenamento seja de natureza informal.

Normas e Valores. Os membros de um grupo devem obedecer a determinados padrões de comportamento e acreditar nos mesmos valores. Este consenso manifesto ou latente é que dá unidade interna ao grupo, exigindo fidelidade recíproca entre seus membros ainda que esta fidelidade seja meramente formal.

Estabilidade. Um grupo social não pode ser eventual, mesmo que a sua duração não seja indefinida. A característica da permanência é uma das que o distingue de um agregado social.

Finalidade. Todo grupo social tem, necessariamente, uma atividade teleológica. Ele existe em razão de uma ou de muitas finalidades. O seu “porque” se confunde com o seu “para que”.

Grupos primários. São também denominados de grupos naturais. Apresentam o grau mais intenso de solidariedade e de afinidade entre as pessoas. Tudo, nestes grupos, é informal: estrutura, hierarquia, status, papéis e até mesmo a lealdade entre seus membros. O amor é o fundamento de sua coesão interna. Os grupos primários são universais, isto é, são encontráveis em todas as sociedades, em todos os tempos e lugares.

Grupos secundários. São também chamados de associações. Caracterizam-se pela contratualidade e formalidade. A obediência às normas, aos valores e às finalidades do grupo é compulsória e há sanções explicitamente previstas para qualquer tipo de infração. A lealdade ao grupo é também compulsória. Diferentemente dos grupos primários, os secundários são intencionais: as pessoas neles ingressam por sua própria vontade e deles se retiram, quando lhes apraz.

É mister observar, no entanto, que esta distinção entre grupos primários e grupos secundários, na prática, não é pacífica, pois o transformismo social modifica as peculiaridades de certos grupos considerados como primários, como é o caso da família. Uma pessoa pertence naturalmente a sua família, mas, intimamente, não se sente pertencer àquele grupo e apenas tolera nele permanecer oficialmente, Por outro lado, identifica-se de tal maneira com um grupo secundário — principalmente os de natureza religiosa — que se sente como se estivesse entre seus verdadeiros familiares.

Uma distinção, por certo, mais adequada para a classificação dos grupos sociais seria a seguinte: a) grupos naturais; b) grupos de afinidade; e) grupos convencionais.

Grupos naturais. Seriam aqueles aos quais as pessoas pertencem em virtude de leis naturais, como a família, sexo, idade, etnia.

Grupos de afinidades. Seriam aqueles aos quais as pessoas pertenceriam por profundo sentimento de afinidade com os seus membros, Assim, um grupo de afinidade poderia, em mui­tos casos, ser também um grupo natural, como a família.

Grupos convencionais. Seriam aqueles em que as pessoas pertenceriam, por espontânea vontade, visando interesses sociais ou profissionais.

À luz dessa classificação, os grupos naturais seriam informais, os grupos convencionais, formais e os grupos de afinidade, formais ou informais.

Grupos de pressão. Quando um grupo social pressiona a sociedade na defesa dos interesses dos seus membros, ou em busca de certas vantagens, ele é denominado de grupo de pressão. Desses grupos, os mais conhecidos são os sindicatos, que representam os interesses das classes profissionais.

Sociedades secretas. Há grupos sociais que mantém um mínimo de interação explícita com a sociedade, mas que, raramente, exercem atividades contestatórias. São as sociedades secretas. Algumas dessas, em certas ocasiões, participam de movimentos assistenciais e filantrópicos, como é o caso da Maçonaria.

Grupos marginais. Há grupos, porém, que investem contra a organização social, seja por motivos meramente criminosos, seja por militância político-ideológica. Por esta razão, são considerados grupos marginais.

Clique. É assim denominado o grupo social excessivamente exclusivista e de restrito número de membros. No Brasil, e conhecido pelos nomes de “panelinha” ou de “igrejinha”.

Os grupos sociais podem, ainda, ser classificados de: a) fundamentais; b) de conflito; e) de acomodação.

Grupos fundamentais. São os constituídos pela família, pelo parentesco, pela língua, pela raça e pelas organizações territoriais e locais.

Grupos de conflito. São os que se opõem a outros grupos, como os nacionais, os partidos, as seitas, os sindicatos,

Grupos de acomodação. São os que existem em virtude da estratificação social, como as classes, as castas, os grupos profissionais. O tamanho do grupo influencia na relação entre seus membros.

G Grupo & Sociedade

A predominância de um grupo etário tem inegável influência sobre a natureza de uma sociedade.

A sociedade será tradicionalista, se houver predominância dos mais velhos. A gerontocracia mantém a estabilidade da organização social, proporcionando maior status aos que atingem a idade provecta. A mobilidade física e social é pequena e o consumo maior da sociedade é com assistência médica.

Na predominância dos mais jovens, a organização social se torna instável, com alteração lenta ou rápida dos costumes e exaltação da juventude e do novo por mais aberrante que seja. O mercado de trabalho é invadido pela mão de obra jovem, mas criativa. Aumenta, intensamente, a mobilidade social e física, e a sociedade passa a gastar mais com alimento e educação.

Grupo e liderança.

É um fenômeno inerente a qualquer organização social. Ela é de dois tipos: a) formal; b) informal.

Liderança formal. É aquela que decorre de uma estrutura social e jurídica, atribuindo ao titular de uma posição de comando a prerrogativa de líder.

Liderança informal. É aquela que decorre do reconhecimento espontâneo de um líder, graças às suas qualidades pessoais, pelos membros do grupo ao qual pertence.

No que diz respeito à liderança, podemos destacar três tipos de grupos: a) o autoritário; b) o democrático; c) o laissez-faire.

Grupo autoritário. O poder é centralizado toda a iniciativa e poder de decisão emana do líder.

Grupo democrático. O poder é, geralmente, delegado e todos os membros do grupo participam. das decisões e iniciativas líder é um coordenador e catalisador da ação grupal.

Grupo laissez-faire. O comando é quase amorfo e o grupo propende, perigosamente, para a anomia. O seu líder reúne escassas possibilidades de manter a coesão interna do grupo e de dirigir as suas atividades.

PADRÕES SOCIAIS

Toda cultura tem os seus padrões. Todo comportamento social é estruturado e, por isto, previsível. Cada pessoa sabe o que dizer e fazer em situações determinadas. O homem educado é aquele que desempenha a contento a ritualística social. E o grau de importância e de significação de um padrão do comportamento é medido pela sua universalidade ou medida de conformidade, pela valoração social e pela pressão que a sociedade exerce sobre os seus membros, visando sua observância.

Há três categorias na hierarquia dos padrões: a) os costumes ou mores; b) os usos ou folkways; c) as etiquetas; d) as modas.

Os costumes. São padrões essenciais para o bem estar da sociedade e, em conseqüência, não se tolera a sua não-observância. São invioláveis e indiscutíveis, como o patriotismo, a monogamia, entre outros. Os costumes podem transformar-se em leis e vice-versa.

Os usos. Consistem em padrões desejáveis de comportamento. Não têm, portanto, a mesma obrigatoriedade dos costumes.

As etiquetas. São padrões de comportamento de pouco valor social e apenas convenientes.

As modas são padrões de rápida duração.

Os padrões de comportamento não se confundem com as normas de comportamento. Aqueles são normas implícitas e estas, padrões explícitos, regulados formalmente por leis jurídicas ou preceitos éticos.

Como a cultura é um modo de pensar, sentir e agir de uma sociedade, os seus membros também apresentam padrões psíquicos semelhantes. Assim como há padrões de comportamento, há também padrões de pensamento. Estes últimos constituem. o que chamamos de espírito coletivo ou alma do povo, cuja existência, como é óbvio, é meramente simbólica.

Estes padrões conceptuais ou psíquicos obedecem a uma hierarquia de valores, variando desde os mais rígidos e arraigados até aos que nada mais são do que simples opiniões.

Os modos de pensar de uma sociedade oferecem maior resistência às mudanças do que seus modos de agir. Por isto, nem sempre as reformas sociais, operando uma modificação no comportamento dos membros de uma dada sociedade, modificam, também, suas estruturas ideológicas.

Cumpre, ainda, lembrar que cada profissão possui seus padrões peculiares de pensamento, ocasionando uma ética própria de ver os problemas sociais sob determinado ângulo particular, fenômeno esse a que se deu o nome de distorção profissional.

Em razão de tudo isto, a cultura tem os seus vícios, dos quais os mais importantes são: a) os preconceitos; b) a estereotipia; o) o etnocentrismo; a) a xenofobia.

Os preconceitos. Consistem na tendência que têm as pessoas, segundo o grupo, a classe e a sociedade a que pertencem, de perceber as coisas de um modo rigidamente padronizado e de julgá-las conforme um juízo prévio.

A estereotipia. É a tendência que as pessoas possuem de perceber os outros povos ou outras raças como dotadas, caracteristicamente, de certos atributos positivos ou negativos, tais como a pontualidade britânica, a criatividade germânica, o individualismo norte-americano, a improvisação brasileira.

O etnocentrismo. É a manifestação do egoísmo nacional consistindo na crença de um povo de ser o detentor exclusivo da verdade. É o que se conhece, também, pelo nome de chauvinismo.

A xenofobia. É a tendência que as pessoas têm de desconfiar de outras que não pertençam ao seu grupo social, a sua classe, ou, mais notadamente ao seu país. É a cautela que temos a tudo que nos é estranho ou que difere de nós.

Opinião Pública

Um erro bastante freqüente é o de se pensar que a opinião pública reflete o pensamento global de uma coletividade. Ela, na verdade, representa um segmento, uma fração da população total, pois cada categoria, classe ou grupo social tem opiniões diferentes e até conflitantes sobre certos assuntos. Todavia, com os modernos veículos de comunicação de massa e através de um processo sistêmico de propaganda, é possível mudar a opinião pública e criar novas necessidades.

Geralmente o publicitário procura ir ao encontro de — e raramente de encontro — um determinado público com o intuito de aumentar o consumo de um certo produto. A publicidade visa, assim, exacerbar uma necessidade já existente ou criar outras com o fim de aumentar a produção de um dado produto ou de lançar um outro no mercado.

INSTITUIÇÕES

São modelos gerais socializados do comportamento humano. Podem ser universais, isto é, presentes em todas as sociedades em todos os tempos e lugares, ou particulares, ou seja, encontráveis em uma ou algumas sociedades. Entre as instituições universais, as mais importantes são a familial, a educacional, a econômica, a política e a religiosa.

As instituições podem ser: a) espontâneas; b) criadas.

Instituições espontâneas. São aquelas que resultam da vida, comum de determinado povo.

Instituições criadas. São as que resultam da atividade racional, do planejamento social e/ou jurídico, tais como os bancos, o tribunal do júri, o voto, a democracia.

A instituição é a idéia, e a sociedade ou o grupo social é a sua corporificação. É um costume devidamente estruturado, especificado e definido.

Burocracia

É a rotinização máxima da organização social, Surgiu, provavelmente no antigo Egito e esteve presente também na China e na Roma imperial. A própria Igreja Católica é um exemplo de organização burocrática.

Max Weber é de opinião que o modelo burocrático eleva ao máximo a previsibilidade, a fidedignidade e a eficiência de uma organização. Robert Merton, porém, assinala que nem sempre é assim, pois certas normas podem fazer emperrar a máquina administrativa, transformando os meios em fins.

A burocracia apresenta as seguintes características: a) cargos e posições definidos; b) ordem hierárquica com limitações de autoridade e de responsabilidades; c) seleção do pessoal pelo critério de qualificações técnicas ou profissionais; a) possibilidade de acesso nos escalões da hierarquia; e) estabilidade no cargo.

A burocracia, portanto, funciona segundo regras fixas e, excepcionalmente, contempla situações particulares.

O burocrata se tornou uma pessoa amante da rotina e apegado às normas, desenvolvendo, assim, paralelamente, o medo de errar. Por isto, geralmente, reage às inovações e se torna incapacitado para compreender situações que não se ajustam às previstas nos regulamentos.

O sentimento de segurança que a estabilidade do seu cargo lhe proporciona, mesmo a guisa de salário insuficiente à sua manutenção pessoal e familial, torna-o temeroso de se aventurar em outro emprego mais bem remunerado, em organização privada, e que não lhe oferece aquela mesma garantia.

As vantagens da organização burocrática são a ordem e a ação previsível e rápida e as desvantagens são o conservantismo, o formalismo e o ritualismo.

Observa-se, na sociedade moderna, o poder crescente dos burocratas, a ponto de influir nas decisões governamentais, podendo até mesmo torná-las ineficazes.

DINÂMICA SOCIAL

É o estudo das mudanças sociais, objetivando a compreensão das leis gerais do transformismo social.

Dá-se o nome de processo à mudança social que importa na idéia de continuidade, onde as transformações são contínuas e definidas.

Quando, além de contínuo e definido, o transformismo social expressa a idéia de direção, essa mudança é denominada de evolução.

E, finalmente, quando à mudança social se acrescentam os componentes de continuidade e direção em juízos de valor, o transformismo social é definido como progresso.

Duas teorias importantes procuram explicar esse transformismo: a) a teoria da evolução linear; b) a teoria da evolução cíclica.

Teoria da evolução linear. Entende que a transformação social segue uma linha reta e irreversível. Não há retornos nem processos involutivos. Tudo se desenvolve, irresistivelmente, para frente. Esta evolução pode ocorrer de maneira lenta ou por processos bruscos e violentos, decorrentes de cataclismos físicos ou de terremotos sociais. Augusto Comte, Herbert Spencer e Karl Marx foram seus principais defensores.

Teoria da evolução cíclica. Admite que todo processo social é repetitivo, com períodos de ascensão, apogeu, queda e ressurgimento e assim indefinidamente. Este processo apresenta duas variantes. Poder ocorrer em círculo fechado, onde tudo o que foi, será, e tudo o que será, já foi: é a teoria milenar do eterno retorno. Ou pode ocorrer em um processo espiralóide, onde as coisas não se repetem exatamente, mas evoluem em um vai e vem contínuo, no qual o retorno é sempre além do ponto do retorno anterior e a ascensão é sempre além do ponto mais alto já atingido. Oswald Spengler, Pitirin Sorokin e Arnold Toynbee são os principais representantes desta teoria.

Os evolucionistas ainda se dividem em duas concepções distintas: a) os que defendem a idéia de que todas as sociedades passam pelos mesmos estágios de desenvolvimento; b) e os que entendem que cada sociedade tem o seu modo peculiar de transformação.

MUDANÇAS SOCIAIS

As mudanças sociais podem ser gradativas ou bruscas, espontâneas ou deliberadas.

As mudanças gradativas e espontâneas são decorrentes dos processos de difusão, descoberta, invenção e empréstimo.

A difusão é a transmissão de elementos culturais de uma sociedade para outra. Como observa Ralph Linton (1), “não existe hoje, provavelmente, cultura alguma que deva mais de dez por cento de seus elementos totais as invenções feitas pelos membros de sua própria sociedade”. A difusão, no entanto, observa o princípio da seletividade e, como afirma Linton (2), “são principalmente a utilidade e a compatibilidade que servem de base para a aceitação de traços culturais novos”. A difusão, assim, é sempre mais rápida entre povos de culturas semelhantes.

Quando a difusão se processa de maneira excessivamente rápida e irracional, não seletiva e epidêmica, como ocorre, por exemplo, nas manias coletivas, ela se denomina de contágio social.

A descoberta e a invenção estão intimamente relacionadas. A descoberta. é todo o acréscimo de conhecimento. A invenção é toda nova aplicação de conhecimentos. A inventividade, porém, está, na dependência das características de uma dada cultura, que tanto pode incentivá-la como lhe criar obstáculos, ou, ainda, incliná-la em determinada direção.

O empréstimo está profundamente ligado à difusão. Consiste na adaptação e reinterpretação dos elementos transmitidos de outras culturas para integrá-los no organismo da cultura receptora. O sincretismo religioso e a forma característica do empréstimo.

As mudanças gradativas e deliberadas são aquelas decorrentes da planificação social, das ideologias sociais, políticas e religiosas, dos meios de comunicação, da ciência e da tecnologia.

As mudanças bruscas e espontâneas são as que se originam de acidentes naturais, como terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, ciclones, pragas e epidemia, podendo ocasionar a extinção de comunidades, migrações populacionais, etc.

As mudanças bruscas e deliberadas são aquelas geralmente oriundas de guerras e revoluções, exigindo das comunidades atingidas uma forçada adaptação, acomodação e assimilação à nova situação social instalada.

Há os que pensam que as transformações sociais ocorrem em virtude de um determinismo. Para Karl Marx, esse determinismo era de natureza econômica, para Thorstein Veblen, de natureza tecnológica e, para Max Weber, de natureza ideológica, pois, no seu entender, são as idéias e não apenas os elementos concretos que determinam a mudança social. William Graham Sumner e Alfred G. Keller entendem que a mudança social ocorre de maneira automática, como resposta a uma necessidade da vida social.

Quando uma coletividade se agita a procura de um novo modo de viver, de uma nova filosofia existencial, dá-se a esse fenômeno a denominação de movimento social, como os movimentos operários, estudantis, feministas, etc... Esses movimentos visam, portanto, uma reforma social que proporcione melhores condições de vida ao grupo ou a classe que as pleiteia.

Procura-se também fazer uma distinção entre crescimento e desenvolvimento. O crescimento é mudança unidimensional, limitada a determinado setor da sociedade. O desenvolvimento é mudança multidimensional, abrangendo vários setores da sociedade.

AÇÃO SOCIAL

É a unidade da dinâmica social. Max Weber discerniu três modalidades de ação social: a) a tradicional; b) a carismática; c) a racional.

A ação tradicional é aquela que obedece aos padrões sociais consagrados. Consiste nas so1uções do passado aplicadas às situações do presente, com fundamento na experiência dos ancestrais. É no dizer de Augusto Comte, o comando dos mortos sobre os vivos. O passado ditando normas de ação e de conduta ao presente. Como é óbvio, tal tipo de ação nem sempre é adequada às novas situações históricas e necessidades sociais, as quais estão a exigir um esforço de criatividade dos cidadãos do presente.

A ação carismática é aquela que procura respostas e soluções para os impasses do presente, através de pensamentos ou de comportamentos mágicos. É um apelo velado a uma intervenção sobrenatural, seja através de um homem, de um grupo ou de uma ideologia. A ação carismática é comum nos momentos de aguda crise social, política e econômica de um país. A emoção descontrolada por um profundo sentimento de insegurança inclina as pessoas a crenças irracionais, na busca de solução imediata para seus problemas, O líder é a objetivação das expectativas e necessidades profundas de uma coletividade. Ele é tido como o salvador de seu povo e se movimenta num ambiente saturado de fanatismo político e religioso. O nazismo é o mais recente exemplo de ação social carismática.

A ação racional é aquela que decorre de um planejamento, com base na experiência do passado, nas necessidades novas do presente e nas perspectivas do futuro. É o homem buscando controlar a história e elaborar o fenômeno social de acordo com as exigências mais profundas e peculiares de sua época. Não mais a emoção, nem somente a. experiência, mas principalmente a razão é que deve determinar as diretrizes do processo social, conduzindo a humanidade a um nível existencial cada vez mais alto.

TEMPO, ESPAÇO E CAUSALIDADE

A ação social ocorre num contexto tempo espacial e na conformidade de determinadas leis, cuja natureza e ainda bastante discutível.

Tempo social. Se há um tempo físico, biológico, psicológico, há também um tempo social, O tempo social, porem, é relativo a cada tipo de sociedade, a cada forma de cultura e, por conseguinte, apresenta variações no seu ritmo de mudança. Só podemos, pois, afirmar que uma sociedade esta atrasada ou adiantada, se elegermos uma outra como padrão ou referencial.

O tempo social ainda pode ser entendido como o conjunto das atividades sociais, que determinam o calendário e as efemérides de uma determinada cultura. Toda sociedade, assim, tem seu ritmo peculiar de transformação, segundo certas condições específicas.

Espaço social. É o universo onde se desenvolvem os processos sociais e as relações humanas. O espaço social contém o espaço físico e geométrico, pois inclui a dimensão psíquica , notadamente no seu aspecto de inter-relações sociais.

Causalidade social. Já está assente que os fenômenos sociais não podem ser explicados pelo princípio da causalidade. Os fatos sociais não são determinados, mas, até certo ponto, previsíveis. As leis sociais, portanto, são de natureza probabilística, como assevera Max Weber.

MOTIVOS SOCIAIS DA CONDUTA HUMANA

A maior parte de nossas ações é socialmente motivada. Ninguém age, exclusivamente, para si, mas em função, ao menos, indiretamente, dos outros. Agradamo-nos, quando agradamos a quem gostamos e àqueles dos quais dependemos.

Agimos sempre visando um resultado. Desejamos um tipo de gratificação como resultado de nossas ações.

Entre os motivos mais comuns que informam os nossos desejos, na ação social, podemos distinguir: a) desejos de correspondência; b) desejos de apreciação; o) desejos de novas experiências; d) desejos de segurança.

Desejos de correspondência. Todos nós apreciamos a reciprocidade: esperamos que os outros nos retribuam aquilo que por eles fazemos. Por isso, a ingratidão nos fere tão profundamente. Vivemos, assim, a procura de resultados, na expectativa de que nossas ações tenham ressonância e nos gratifiquem.

Desejos de apreciação. Esperamos, também, que os outros admirem os nossos atributos, sejam eles físicos ou intelectuais. Por isto, tudo fazemos para chamar a atenção dos outros sobre a nossa pessoa, na crença ingênua de que os nossos dotes serão, de logo, notados e apreciados.

Desejos de novas experiências. Por outro lado, senti­mos necessidade de ampliar as nossas experiências, de experimentar novas situações existenciais, fugindo um pouco da rotina em busca de novas aventuras. Mudar, assim, é uma forma de rejuvenescer.

Desejos de segurança. Fundamentalmente, no entanto, queremos sentir que estamos seguros, apesar de todas as peripécias e inovações. Queremos sentir os pés na terra, ou termos a certeza de novo contato com a terra após os nossos eventuais saltos existenciais.

INTERAÇÃO SOCIAL. CONTATO E ISOLAMENTO

Quando duas ou mais pessoas se relacionam entre si, dizemos que entre elas se estabeleceu uma interação social. A interação se apresenta sob duas modalidades: a) simbólica; b) não-simbólica.

A interação simbólica é aquela em que as pessoas se relacionam de modo intencional e significativo.

A interação não-simbólica é aquela em que as pessoas se relacionam de maneira involuntária e inconsciente.

O início de uma interação é chamado de contato.

Há quatro tipos de contato: a) primário; b) secundário; c) categórico; d) simpático.

O contato primário é aquele que se caracteriza por relações informais, íntimas, espontâneas, permanentes e intensas entre as pessoas, produzindo uma identificação e um compartilhamento de experiências entre elas.

O contato secundário é aquele em que o encontro entre as pessoas é formal, transitório, superficial e impessoal.

O contato categórico é aquele em que as pessoas tratam as outras como se pertencessem a uma determinada categoria social.

O contato simpático é aquele em que as pessoas estabelecem um relacionamento recíproco com base em suas características pessoais.

Os tipos de contato determinam a conduta de uma coletividade ou de um indivíduo.

Os contatos favorecem os empréstimos e tornam flexíveis os costumes. Os elementos morais de uma cultura são aqueles que, via de regra, são emprestado por último.

Os contatos, no passado, ocorriam através das migrações, do comércio e das conquistas militares e, hodiernamente , por intermédio, notadamente, dos mais diversos veículos de comunicação.

O isolamento consiste na ausência de contato entre as pessoas ou os grupos sociais numa mesma sociedade, ou de uma sociedade em relação as outras. Nas pessoas, retarda a sua inteligência e pode produzir doenças mentais. E, em uma sociedade determina a cristalização de seus costumes, criando um tipo de cultura denominado de “folk”.

Há quatro formas de isolamento: a) o geográfico; b) o consuetudinário; o) o estrutural; d) o psíquico.

O isolamento geográfico é aquele em que os acidentes geográficos impedem a comunicação de uma sociedade com outra.

O isolamento consuetudinário é aquele em que a comunicação entre duas culturas se torna quase impossível devido à radical diferença de seus costumes.

O isolamento estrutural é de natureza biológica e consiste na dificuldade de comunicação entre as pessoas por causa de diferenças sensoriais. Exemplo: entre os cegos e os dotados de visão.

O isolamento psíquico é aquele que decorre do alheamento recíproco de pessoas que pertencem a grupos sociais diferentes.

O isolamento entre as pessoas é reforçado pelos preconceitos, pelo etnocentrismo, pela xenofobia.

Entre os grupos sociais, o isolamento se agrava com a existência de sociedades secretas, seitas, castas, etc...

PROCESSOS SOCIAIS

São umas das formas básicas da interação social. Podemos classificá-los em dois tipos principais: a.) processos sociais positivos; b) processos sociais negativos.

Os processos sociais positivos são: a) a cooperação; b) a acomodação; c) a assimilação.

Os processos sociais negativos são: a) a competição; b) a oposição; c) o conflito.

A cooperação é a forma de processo social onde os indivíduos ou grupos agem conjuntamente, visando um objetivo comum.

A acomodação é a forma de processo social onde a ação dos indivíduos ou dos grupos tem por finalidade impedir, eliminar ou reduzir conflitos. Não é, pois, um processo criador e de alta positividade como o da cooperação, mas pode constituir um caminho para este.

A acomodação é ajustamento externo, formal e se distingue da adaptação, que é um conceito biológico e não social. Ela diminui o conflito e é, na feliz expressão de William Graham Sumner, uma cooperação antagônica.

Há muitas formas de acomodação e entre elas podemos destacar a arbitragem, a conciliação e a tolerância.

A distância social é outra modalidade de acomodação, quando é intensa a repulsão entre pessoas ou grupos. A distância social, muitas vezes, tem, como conseqüência, o afastamento físico de pessoas e grupos.

A escravidão e o sistema de castas são também formas de acomodação.

A assimilação é a forma de processo social onde os indivíduos ou grupos adotam os padrões de comportamento de outros indivíduos ou grupos. A assimilação, porém, obedece ao princípio da seletividade, pois uma cultura assimila de outra os padrões que não conflitam com os seus valores mais profundos e com as suas normas mais arraigadas. A assimilação é ajustamento interno e, por isto, desfaz o conflito. Seu processo é lento, gradual e inconsciente.

A conversão é uma das formas mais comuns de assimilação, notadamente a religiosa. Outra modalidade deste processo social é a migração, pois o imigrante, após certo lapso de tempo, se identifica com a cultura de seu novo habitat.

A competição é a forma de processo social onde os indivíduos ou os grupos lutam entre si para a consecução dos mesmos objetivos. A competição é sempre pacífica e observa regras fm ou informais, implícitas ou explícitas. Trata-se de um fenômeno característico das sociedades capitalistas ou sociedades de consumo. A competição também decorre do desequilíbrio entre a oferta e a procura, quando esta supera aquela. Quando extremada, tal como ocorre nas megalópoles, é responsável pelo índice assustador de doenças mentais.

A competição apresenta três modalidades importantes: a) a competição ecológica; b) a competição econômica; c) a competição política.

A competição ecológica é denominada pelos biólogos de luta pela existência. É a demanda pelo alimento, pela erradicação de doenças e de epidemias, pela solução dos graves problemas demográficos.

A competição econômica é a luta pelo domínio do mercado interno ou externo, interessando os Estados e os poderosos grupos econômicos.

A competição política é a luta pelo poder, na submissão de pessoas, grupos e povos, na imposição de filosofias políticas e sociais, quer através de meios pacíficos, quer através de meios violentos, como as guerras e as guerrilhas. Nesta hipótese, a competição se transforma em conflito.

A oposição é a forma de processo social onde os indivíduos ou grupos tentam impedir que a parte contrária alcance um determinado objetivo. O que distingue a oposição da competição é que, naquela, os indivíduos ou grupos não almejam o objetivo pretendido pelos indivíduos ou grupos aos quais se opõem, mas simplesmente intentam impedir que estes o realizem.

O conflito é a forma de processo social onde os indivíduos ou grupos, por métodos violentos, procuram anular os seus oponentes. A forma mais extremada deste processo é o conflito armado.

Os indivíduos ou grupos podem, simultaneamente, mas em níveis diferentes, apresentar processos sociais positivos e negativos. Assim, colaboramos com determinadas pessoas em uma certa atividade e competimos em outra.

MOBILIDADE

A sociedade não é estática, mas está em permanente mudança. Tudo flui, como dizia Heráclito. E a sociedade humana não poderia constituir exceção a essa regra. Imutável só a mutabilidade de todas as coisas.

As mudanças sociais, no entanto, podem ser de tal modo lentas, como ocorre nas sociedades primitivas ou nas comunidades rurais, que nos dão a impressão de que, na verdade, tudo permanece o mesmo.

Há dois tipos de mobilidade: a) a mobilidade física; b)a mobilidade social.

A mobilidade física, também chamada de migração, consiste no deslocamento de pessoas de um ponto geográfico a outro. Esta migração ocorre dentro do próprio país, ou consiste na saída — emigração — ou na entrada — imigração — de pessoas em seu território.

As migrações dos povos são um fenômeno histórico muito antigo e as suas causas são várias, desde as calamidades físicas ou os horrores da guerra até os motivos de natureza econômica. Um dos efeitos mais notáveis dessas migrações no passado, foi a difusão cultural, a miscigenação social e genética, interessando os mais diversos e diferentes povos.

Os imigrantes são afetados por inevitáveis conflitos emocionais e psíquicos, decorrentes da ruptura de laços afetivos muito profundos, da alteração de costumes e valores e do aprendizado de uma nova língua, nem sempre semelhante a de origem.

Quase todos os países são liberais com as migrações internas, o mesmo não acontecendo com as externas, notadamente por motivos de ordem política.

A mobilidade física pode alterar o status das pessoas, fazendo-as subir ou descer na escala social.

A mobilidade social consiste no deslocamento de pessoas ou grupo de uma posição a outra na estrutura da sociedade.

A mobilidade social é de dois tipos: a) a horizontal; b) a vertical.

A mobilidade horizontal consiste na mudança de atividade ou de profissão das pessoas sem que se alterem suas posições na hierarquia social, permanecendo inalterado o seu relacionamento com os seus companheiros de classe.

A mobilidade vertical consiste na ascensão ou no rebaixamento de pessoas na hierarquia social, alterando, por conseguinte, seu status. Esta modificação produz profundas alterações no seu modus vivendi, afetando-lhes a personalidade. Elas passam, na hipótese de ascensão, a ser hostilizadas ou desprezadas pelos antigos companheiros da classe de origem e tratadas, com desconfiança ou desdém, pelos novos companheiros da classe para a qual subiram. Têm de mudar hábitos de vida já bastante arraigados, a fim de se adaptarem ao novo ambiente social, enfrentando novas necessidades e solicitações. Por sua vez, passam a evitar os ex-companheiros por vergonha ou simples esnobação. Na hipótese de decesso, podem sofrer o dissabor de ser ridicularizadas ou rejeitadas pelos companheiros da classe de onde saíram.

A mobilidade vertical pode ser ascendente ou descendente e de indivíduos e grupos e de classes.

Karl Mannheim entende que a mobilidade vertical e um elemento decisivo para incrementar o cepticismo numa dada visa ao social do universo.

Em que pesem as grandes facilidades, na sociedade moderna, da mobilidade vertical, a maioria das pessoas permanece em sua classe de origem. Talvez este fenômeno se explique pela lei da inércia, aplicada à vida social.

CONTROLES SOCIAIS

Complementam o processo de socialização dos membros de uma sociedade, provendo a integração sociocultural.

Cada coletividade necessita dos meios eficientes para a manutenção da disciplina interna, conservando a cooperação entre os indivíduos e satisfação de suas necessidades.

Para que essa integração se torna efetiva, é mister que exista um consenso geral acerca dos valores sociais, compreensão e obediência das normas jurídicas e morais e participação dos indivíduos nos mais diversos tipos de atividades e de grupos sociais. Os perigos, as ameaças e as pressões externas também favorecem a integração social de uma comunidade.

O controle social existe nos mais diversos níveis da sociedade e nas mais diversas formas de relações humanas. Entre os diversos tipos de controle, podemos destacar: a) os positivos; b) os negativos; e) os formais; d) os informais; e) o grupal; f) o institucional.

Os controles positivos levam os indivíduos à prática de ações de interesse social, empregando, por isso, a persuasão, a recompensa, etc...

Os controles negativos obrigam os indivíduos a fazer ou deixar de fazer algo, através de ordens, ameaças, coações, castigos, etc...

Os controles formais se originam de leis, regulamentos, portarias, não apenas na ordem publica, mas também privada.

Os controles informais se exercem através de aplausos ou vaias, entre outros, obrigando os indivíduos a seguir os ditames de sua sociedade.

O controle grupal é de suma eficiência, principalmente quando emana dos grupos primários, pois o amor, o respeito e a admiração exercem maior influência sobre as pessoas do que a força da lei e das convenções sociais.

O controle institucional é tão ou mais importante do que o exercido pelos grupos primários, porque estes já são modelados de acordo com aqueles.

O controle social leva, assim, à conformidade, socializando os indivíduos e tornando-os dóceis às normas e aos valores sociais.

A reciprocidade e a solidariedade favorecem o conformismo e a rotina fortifica a ritualística social. Tais mecanismos tornam as relações entre as pessoas, segundo cada circunstância particular, geralmente previsíveis, pois cada uma sabe como comportar-se em relação às outras e, ao mesmo tempo, sabe como as outras se comportarão em relação a ela em determinadas situações sociais.

Por outro lado, a permissividade ou tolerância de pequenos ilícitos servem de válvula de escape para aliviar as pessoas das tensões produzidas pelos controles sociais.

Este processo de ajustamento social violenta, com mais intensidade, os indivíduos excepcionais, sejam os subdotados como os superdotados.

DESVIACIONISMO SOCIAL

As ações dos indivíduos, na vida social, nem sempre se pautam de acordo com as normas e os valores da sociedade. O desviacionismo é, pois, um fenômeno social bastante comum, variando de intensidade e freqüência segundo cada cultura e circunstância histórica.

O desviacionismo social pode ser: a) positivo; b) negativo.

O desviacionismo positivo concorre para elevar o nível de bem estar da sociedade, conquanto, a princípio, seja combatido pelas forças conservadoras e tradicionalistas. Neste caso, estão as descobertas, as invenções, as reformas sociais, artísticas e científicas, as intuições fulgurantes dos gênios.

O desviacionismo negativo perturba a ordem social sem lhe trazer qualquer benefício, como a criminalidade e a oligofrenia.

Toda sociedade tem seus mecanismos de defesa, entre os quais podemos destacar: a) a pressão contra os tipos individuais extremos; b) a hostilidade extragrupo, com o intuito de desviar a agressividade intragrupo, em obediência ao princípio de que quanto maior é a pressão externa, maior é a coesão interna. Tal atitude explica o comportamento ambivalente do homem que é coagido a não matar um membro de seu grupo e estimulado, na guerra, a matar pessoas de outro grupo, sendo louvado e recompensado se assim o fizer.

PERSONALIDADE & SOCIALIZAÇÃO

A personalidade é um produto cultural. Pessoa é o indivíduo que, de simples organismo biológico, tornou-se um ser social, desenvolvendo a sua autoconsciência.Para se tornar um ser social, a criança, logo ao nascer, começa o seu processo de socialização. Essa socialização consiste em um longo aprendizado, cuja finalidade é interiorizar as normas, valores e comportamentos da cultura onde nasceu.

Os pais da criança são os principais agentes culturais, principalmente a mãe por conviver mais intimamente com a prole.

Cada sociedade tem o seu modo peculiar de socializar a criança, preparando-a para o provável papel que irá desempenhar, quando adulta, segundo o grupo ou classe social a que pertence. Mesmo nas sociedades de intensa mobilidade vertical, as crianças são educadas para posições de liderança ou de subalternidade, embora nem todas correspondam aos papéis que lhes foram, antecipadamente, atribuídos.

Os ricos educam os filhos para o comando, com o intuito de manter a tradição de liderança da família em determinada área ou atividade social. Os da classe média os preparam para a conquista de melhores posições na hierarquia social. E os pobres ensinam os filhos, geralmente, o conformismo, a obediência, como estratégia de sobrevivência na arena social. As pressões e as tensões, porém, da sociedade competitiva e de consumo, levam-nos, porém, à revolta e à criminalidade.

O aprendizado social se processa através de processos formais e informais. Entre esses últimos se destacam a imitação, a sugestão, a simpatia e a identificação.

A imitação é a tendência que a criança tem de repetir o comportamento de seus pais ou das pessoas com as quais mais de perto convivem.

A sugestão é o mecanismo psicológico que leva a criança a aceitar ou fazer o que lhe é induzido por uma pessoa que ela tem em alta conta.

A simpatia leva a criança a adotar o comportamento das pessoas que ela ama.

A identificação é o processo pelo qual a criança vivencia outra personalidade, imitando-lhe as atitudes. Geralmente, o genitor é a personalidade imitada. A identificação da criança com o pai é comum nas comunidades rurais, não é, porém, nas sociedades urbanas, onde ela se identifica com os heróis das revistas em quadrinhos e os dos filmes de televisão.

Quando uma pessoa está ajustada a sua cultura, consumou-se o processo de sua socialização. Claro é, no entanto, que este ajustamento não é absoluto. Porém os aspectos divergentes de sua personalidade não lhe ocasionam problemas, nem à sociedade. Os seus desvios são toleráveis e, em certas circunstâncias, socialmente estimulados, quando visam uma melhoria da coletividade. Contudo, nem todos os indivíduos atingem um grau aceitável de socialização e se desequilibram, passando a constituir um perigo para si e para a sociedade. Os motivos desses desequilíbrios são os mais diversos, desde os fatores genéticos às mais sutis formas de pressões e de tensões sociais.

ORGANIZAÇÃO SOCIAL

O organismo social, em certas situações históricas e sociais, pode atravessar períodos de crise e de serio processo de desorganização. Essa desorganização, ou entropia social, pode ser resultado dos mais diversos fatores, entre os quais se destacam: a) os cataclismos físicos e sociais; b) a depressão econômica; o) o aumento da pobreza, das enfermidades e dos delitos; d) os conflitos raciais e religiosos; e) as crises nos grupos primários, notadamente na família.

Esses fatores de desorganização são também chamados de problemas sociais. A desorganização pode ocorrer nos indivíduos – delinqüência juvenil, suicídio, prostituição, alcoolismo, criminalidade, etc -, em grupos sociais, como a família, e na própria sociedade como um todo – analfabetismo, desemprego, violência contra grupos minoritários.

A ciência e a tecnologia podem também concorrer para a desorganização social, pois descobertas e inventos produzem, geralmente, alterações significativas no modus vivendi de uma coletividade.


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(*) Professor de Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco
Recife, 1978.

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